Toronto_outubro 2013_Luna 11 meses:
Ser mãe em Toronto (ou qualquer cidade grande pelo mundo) é…
Ser acima de tudo, uma valente. Ou uma ingênua completa. Ou as duas coisas, afinal, uma não anula a outra. Ser louca de amor e ficar louca de exaustão; quase arrancar os cabelos por não ter ajuda; se sentir impotente e poderosa em horas intercaladas; pensar que esses sentimentos nos arrebatam porque somos imigrantes, num país de imigrantes. E depois, depois de alguns meses reconhecer o suporte comunitário existente ao redor. Digo reconhecer, pois existe um tempo que flanamos no ar, a procura de um chão fofo para pisar, não há nada que se possa fazer a não ser viver essa etapa. Vai melhorar! O tempo nesse caso, como em outros tantos tem um poder de cura. E mais uma vez saímos mais fortes, mais completas.
Demora para cair a ficha de que todas passam pelos mesmos dramas, as canadenses também não tem muita família ao redor e costumam tirar um ano de licença para cuidar do rebento, solitas. Enfim, muitas mulheres, um mesmo barco. Não só aqui, mas em qualquer grande cidade onde a pequena nova família esteja deslocada da família original, pela distância física. Sem avós, sem babás, sem desejar creche antes de 1 ano, a mulher tem que encarar a missão de se transformar. Mas temos os amigos, sempre tão importantes. Lembro de uma querida amiga que não tem filhos, mas pretende ter logo, ela comparece bravamente na rotina de suas amigas-mamas, com essa ideia em mente: você sou eu amanhã. E não há nada mais humano e generoso que se colocar no lugar do outro. Diria que ela me parece madura, esperta e doce, vai ter o apoio de volta, merecidamente. Para quem nao tem uma dessas por perto, fica a dica de programas como esse da placa…se quer um tempo, há um fio de esperança!
Para mim, teimosa e estranha, pessoica com dificuldade de caber em agendas, as caminhadas silenciosas no parque, tem efeito mais renovador. Alem de trazer novas amizades pra vida. As novas mães estão nos parques! Fora que nessa fase boa, a Luna já fica em cadeirinha para comer, brinca com todos no café, se diverte no balanço, na grama, em todo lugar…um alento. Minha companheirinha de dois dentes. Mais uma vez, a suave passagem do tempo vem com sua varinha mágica, distribuindo estrelas e milagres pelo caminho.
E para ti? O que funciona melhor?
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